Segundo funcionários do SAC, os investimentos não acampanham a demanda |
Total desrespeito: limpeza de banheiro é feita no mesmo instante que o povo é atendido pelo SAC móvel em Salvador
Dia 08/02, experimentei o inferno. Não tem nada
haver com a greve da PM, mas com o serviço do SAC móvel – aliás, do
sistema SAC. Em 2002, fui ao Shopping Barra, Salvador, e consegui uma
nova carteira de identidade (RG) em poucas horas. Saí impressionado e
elogiando o sistema. Foi uma (r)evolução do sistema de atendimento na
Bahia, principalmente para mim, que tinha como experiência a brutal
relação clientelista do interior, onde politiqueiros adquiriam votos
levando eleitor para “tirar” documentos.
Este mês, fevereiro de 2012, dez anos
depois, fui furtado e necessitei de outro RG. Não me preocupei, pois o
fantástico SAC está ainda no Shopping Barra. 10 anos depois deve estar
muito melhor, achava. Doce engano! Cheguei ao SAC e fui logo informado
que as senhas acabaram logo cedo. Questionei que precisava com urgência
do RG. A funcionária educada disse que mesmo que eu tivesse a senha só
recebia o RG com 10 dias depois. “Mas preciso para sexta-feira”,
respondi. “Só no SAC móvel, que está estacionado ao lado do Colégio
ISBA”, tentou me ajudar. “O governo parou de investir”, disparou a
funcionária.
Dia seguinte, compareci por volta de 6h da
manhã e já tinha 25 pessoas em minha frente. Os funcionários chegaram
8h, outros 08h30min. Para meu desespero, a funcionária avisou que o
sistema caiu, mas já tinha comunicado o fato a “OI” (operadora da rede
online) para normalizar. Quase 10h e nada de sistema voltar. Conversei
com um funcionário e logo disparou como se fosse um discurso ensaiado:
“nós também somos vítimas. O governo parou de investir. A demanda
aumentou e os investimentos não acompanharam”.
Mas o povo não estava preocupado com
questões estruturais e logo começou a chamar os funcionários de
“incompetentes”, “desorganizados”... Durante a espera, um carro-pipa
chegou para abastecer a carreta do SAC e em seguida outro para esvaziar o
banheiro, com todo público presente esperando o sofrido RG - os
detalhes ficam para a imaginação do criativo leitor (risos).
Com a volta do sistema, os funcionários
recolhiam os documentos necessários. Depois de alguns minutos, nos
entregavam o DAE, no valor de 25 reais e 25 centavos, que deveria ser
pago em outro local. Enfrentei mais filas em uma casa lotérica próxima.
Ao retornar, a senha inicial não servia mais para nada. Ninguém sabia
quem seria atendido. Um funcionário se desentendeu com um “cliente”. Um
senhor, que aparentava ter 60 anos, questionou o serviço e uma
funcionária o mandou reclamar a Wagner (governador). Além disso tudo, o
sol de Salvador fazia valer o verão baiano. O ambiente estava muito
quente para todos, menos para quem estava trabalhando dentro do SAC
móvel. Neste setor, o ar condicionado funcionava - ainda bem.
Paga DAE, assina, pinta dedo, mela papel.
Aguardo. Uma funcionária aparece e entrega alguns documentos. Quem
recebe, comemora como se fosse um prêmio de loteria. Aguardo. Não foi
dessa vez. Já é 12h57min e a funcionária do SAC anuncia Mário Ângelo Dos
Santos Barreto. Que sufoco! Quem temia a greve da polícia em Salvador,
não imagina o inferno que é o SAC móvel para se pagar por uma segunda
via de um simples RG. Ainda bem que a Bahia é de todos nós! Sacou?
Fonte:www.marioangelobarreto.blogspot.com |
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