9 de fevereiro de 2012

SAC precisa melhorar para atender a demanda com eficiência.

"O Governo da Bahia parou de investir como deveria", alerta funcionários do próprio SAC



Segundo funcionários do SAC, os investimentos não acampanham a demanda
Total desrespeito: limpeza de banheiro é feita no mesmo instante que o povo é atendido pelo SAC móvel em Salvador

Dia 08/02, experimentei o inferno. Não tem nada haver com a greve da PM, mas com o serviço do SAC móvel – aliás, do sistema SAC. Em 2002, fui ao Shopping Barra, Salvador, e consegui uma nova carteira de identidade (RG) em poucas horas. Saí impressionado e elogiando o sistema. Foi uma (r)evolução do sistema de atendimento na Bahia, principalmente para mim, que tinha como experiência a brutal relação clientelista do interior, onde politiqueiros adquiriam votos levando eleitor para “tirar” documentos.

Este mês, fevereiro de 2012, dez anos depois, fui furtado e necessitei de outro RG. Não me preocupei, pois o fantástico SAC está ainda no Shopping Barra. 10 anos depois deve estar muito melhor, achava. Doce engano! Cheguei ao SAC e fui logo informado que as senhas acabaram logo cedo. Questionei que precisava com urgência do RG. A funcionária educada disse que mesmo que eu tivesse a senha só recebia o RG com 10 dias depois. “Mas preciso para sexta-feira”, respondi. “Só no SAC móvel, que está estacionado ao lado do Colégio ISBA”, tentou me ajudar. “O governo parou de investir”, disparou a funcionária.

Dia seguinte, compareci por volta de 6h da manhã e já tinha 25 pessoas em minha frente.  Os funcionários chegaram 8h, outros 08h30min. Para meu desespero, a funcionária avisou que o sistema caiu, mas já tinha comunicado o fato a “OI” (operadora da rede online) para normalizar. Quase 10h e nada de sistema voltar. Conversei com um funcionário e logo disparou como se fosse um discurso ensaiado: “nós também somos vítimas. O governo parou de investir. A demanda aumentou e os investimentos não acompanharam”. 

Mas o povo não estava preocupado com questões estruturais e logo começou a chamar os funcionários de “incompetentes”, “desorganizados”... Durante a espera, um carro-pipa chegou para abastecer a carreta do SAC e em seguida outro para esvaziar o banheiro, com todo público presente esperando o sofrido RG - os detalhes ficam para a imaginação do criativo leitor (risos). 

Com a volta do sistema, os funcionários recolhiam os documentos necessários. Depois de alguns minutos, nos entregavam o DAE, no valor de 25 reais e 25 centavos, que deveria ser pago em outro local. Enfrentei mais filas em uma casa lotérica próxima. Ao retornar, a senha inicial não servia mais para nada. Ninguém sabia quem seria atendido. Um funcionário se desentendeu com um “cliente”. Um senhor, que aparentava ter 60 anos, questionou o serviço e uma funcionária o mandou reclamar a Wagner (governador). Além disso tudo, o sol de Salvador fazia valer o verão baiano. O ambiente estava muito quente para todos, menos para quem estava trabalhando dentro do SAC móvel. Neste setor, o ar condicionado funcionava - ainda bem.

Paga DAE, assina, pinta dedo, mela papel. Aguardo. Uma funcionária aparece e entrega alguns documentos. Quem recebe, comemora como se fosse um prêmio de loteria. Aguardo. Não foi dessa vez. Já é 12h57min e a funcionária do SAC anuncia Mário Ângelo Dos Santos Barreto. Que sufoco! Quem temia a greve da polícia em Salvador, não imagina o inferno que é o SAC móvel para se pagar por uma segunda via de um simples RG. Ainda bem que a Bahia é de todos nós! Sacou?

Fonte:www.marioangelobarreto.blogspot.com

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